Palmas, menina danada!
Palmas, menina-moça danada
Filha de mãe arretada
Quente como nossa gente
Furiosa, explosiva que nem trovoada...
Ah! Menina danada...
Se você soubesse
Quanta esperança,
Quanta saudade,
Quanta vontade
Foi preciso pra que você nascesse....
Você crescia valente.
Sem cabresto, mas decente.
Vingando essa tua mãe,
Que um dia foi tão só
Estrangeira na própria casa...
Mas, como fala Gil,
Porque não gosta de cama mole,
Driblou a razão,
Ouviu seu coração.
Se embrenhou neste cerrado
Domou boi e rio
Não viu dificuldade
E no meio de tanta diferença
Reencontrou sua identidade.
Esse lago é teu espelho,
Olha teu corpo!
Que bela arquitetura!
És a mais linda criatura!
Cresce menina
De cabeça erguida Livre e justa.
Como teu povo,
Que te marcou o coração,
Que te pariu assim: Tão arretada e mimada.
Cresce menina danada!
Temporã desta nação.
•Lúcia Helena Mendes Palmas, 26/03/2005
Jornalista e professora de Ética no Jornalismo na
Universidade Federal do Tocantins
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